img.wp-smiley, img.emoji { display: inline !important; border: none !important; box-shadow: none !important; height: 1em !important; width: 1em !important; margin: 0 0.07em !important; vertical-align: -0.1em !important; background: none !important; padding: 0 !important; }
dom 15/junho/2025 11:55
Capa
Geral
Cachoeiro
Política
Oportunidade
Saúde
Educação
Economia
Agro
Segurança
Turismo
Esporte
DiaaDiaTV
Publ. Legal
Mundo Pet
Cultura

O Museu da Vergonha

PADRE JOSÉ CARLOS FERREIRA DA SILVA - O Museu da Vergonha é um alerta: o sentido de “nunca mais” falhou. Gaza, dor e omissão estão registradas na história mais uma vez
Família palestiniana em Gaza. Foto: WFP/Ali Jadallah

museus do Holocausto espalhados pelo mundo. Entramos neles em silêncio. Leitores de QR code na mão, olhos baixos diante de sapatos infantis empilhados, nomes em paredes de pedra, malas abandonadas. São lugares de dor congelada, memória organizada, culpa institucionalizada. Visitamos para lembrar, para nunca repetir.

Mas repetimos.

Hoje, a história escreve um novo capítulo — sem códigos de barras nem trilhos de trem, mas com as mesmas vítimas: civis, inocentes, crianças. Gaza virou um campo onde se mata de fome com método. Catorze mil bebês podem morrer em dois dias. Não pelas bombas. Pela ausência: de comida, de água, de ar.

E ninguém diz que não sabe. Está na TV, nos sites, nos relatórios da ONU. Está dito. Registrado. Mas ainda não foi suficiente para deter.

Talvez, um dia, ergam um novo museu. O Museu da Vergonha. Não em homenagem, mas em denúncia. Sem arquitetura futurista nem guias com crachá. Um espaço cru, sem distrações. Um corredor estreito com fotos de berços vazios, mamadeiras quebradas, mães com os braços vazios. Uma vitrine com pequenos corpos cobertos por cobertores de emergência, que não aquecem ninguém. E ao fundo, uma tela com o número: 14.000.

Quem sabe então, entre selfies e hashtags, alguém sinta o peso do que se permitiu acontecer. Quem sabe uma criança, em uma excursão escolar, pergunte à professora: “Por que deixaram?” E que a resposta venha sem floreio: porque era longe, porque era incômodo, porque parecia complicado, porque era mais fácil não ver.

Museu do Holocausto. Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil

Os museus do Holocausto nos lembram que a barbárie já aconteceu. O Museu da Vergonha, se um dia for erguido, será o lembrete de que ela nunca foi embora — apenas mudou de roupa, de fronteira, de método. E nós, mais uma vez, chegamos tarde demais.

Quem sabe, então, a frase “nunca mais” finalmente cobre sentido. Porque por enquanto, o mundo ainda escreve com sangue aquilo que depois fingirá lamentar com flores.

Pe. José Carlos Ferreira da Silva. Mestre em Ciências da Religião, psicólogo, escritor e jornalista. Membro da Academia Cachoeirense de Letras (ACL). Atualmente é Vigário Episcopal para Comunicação e Pároco da Paróquia Nosso Senhor dos os na Diocese de Cachoeiro de Itapemirim

👉 Receba as notícias mais importantes do dia direto no seu WhatsApp!
Clique aqui para entrar no grupo agora mesmo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

cerejeiras-alfredo-chaves

Cerejeiras começam a florir em Alfredo Chaves e encantam visitantes

isencao-taxas-documentos-enchente

Projeto propõe isenção de taxas para novos documentos a vítimas de enchentes

corpus-christi-2025-capelinha-da-santa-casa-

Corpus Christi de Castelo homenageia Irmã Vicência com réplica de capelinha

mega-sena

Mega-Sena sorteia prêmio acumulado de R$ 100 milhões neste sábado

Polícia Federal

Concurso da Polícia Federal: prazo de inscrição é prorrogado até terça-feira (17)

padeiro-padaria-

Prefeitura de Cachoeiro começará classificação de padarias

corrida-sao´pedro-kids

Ônibus terão rota diferente neste sábado por causa da Corrida de São Pedro Kids

No primeiro tapete não havia formas nem flores, apenas o desejo de honrar o Corpo de Cristo com aquilo que tinha: o verde ofertado pela terra e a ternura do gesto.

Corpus Christi de Castelo: Revista O Cruzeiro de 1962 inspirou tradição

Leia mais